quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Semana de Alfabetização 2010 do MOVA SP

TEMA: Conviver e Aprender


Programação

13/09 - Abertura Municipal no Teatro João Caetano - Vila Madalena
14 e 15/09 - Abertura Regional e Intervenções nos CEUs e DREs
16 e 17/09 - Atividades e Encerramento nos Núcleos e Entidades Sociais

SEMANA DE ALFABETIZAÇÃO DO MOVA SP

Está ocorrendo a SEMANA DE ALFABETIZAÇÃO DO MOVA/SP DE 13 À 17 DE SETEMBRO DE 2010 no território das 13 DREs - Diretorias Regionais de Educação ligadas a Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo.

8 de Setembro - Dia Internacional da Alfabetização

8 de Setembro - Dia Internacional da Alfabetização
Em 2010, o tema Alfabetização e o Poder das Mulheres, a discussão pública e o lançamento de uma nova Rede de Alfabetização da UNESCO são os destaques das celebrações do Dia Internacional da Alfabetização, em 08 de setembro.

Mensagem da Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova, por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização, 8 de Setembro de 2010.

Quando uma mulher é alfabetizada, ela pode fazer escolhas para melhorar significativamente sua vida. Mas, 10 anos depois do Século 21, dois de cada três do total de 759 milhões de analfabetos adultos no mundo são mulheres. Esta é uma situação intolerável que reflete uma das injustiças mais persistentes dos nossos tempos: a desigualdade no acesso à educação.

Não há justificativa – seja ela cultural, econômica ou social – para negar educação a meninas e mulheres. É um direito básico e uma condição absoluta para atingir todos os objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente. O analfabetismo mantém as mulheres marginalizadas e constitui um dos principais obstáculos para a redução da pobreza extrema em um mundo movido a tecnologia, onde ler, escrever e saber contar é indispensável para desfrutar de direitos e oportunidades básicos.

Por todos esses motivos, o Dia Internacional da Alfabetização este ano focaliza o papel altamente significativo que a alfabetização tem para aumentar a autonomia da mulher.

Adquirir habilidade alfabética proporciona à mulher uma sensação de autoconfiança e controle sobre sua vida e seu futuro. O empoderamento da mulher se refere a adquirir o conhecimento para tomar decisões informadas e compartilhar o poder no seu lar e na vida política. As declarações de mulheres recém-alfabetizadas são prova da transformação de longo alcance que os novos conhecimentos e habilidades têm em todos os aspetos de suas vidas.

Como a primeira mulher eleita para o posto de Diretor-Geral da UNESCO, dedico-me profundamente a fazer avançar os direitos das meninas e mulheres de todas as partes do mundo, especialmente por meio da educação. A igualdade de gênero é uma das nossas prioridades estratégicas globais, porque não pode haver desenvolvimento sustentável quando as mulheres não desfrutam de direitos e oportunidades iguais.

Investir na alfabetização de mulheres tem retornos muito altos: melhora a renda, leva a melhor saúde materno-infantil e favorece o acesso à educação de meninas. Em resumo, mulheres recém-alfabetizadas têm um efeito cascata positivo em todos os indicadores de desenvolvimento.

Este dia internacional almeja mobilizar a atenção de todos para a urgente necessidade de maior comprometimento com a alfabetização, especialmente para meninas e mulheres. Os Prêmios de Alfabetização Internacional da UNESCO servem de exemplos inspiradores e criativos de programas que tiveram um profundo impacto nas pessoas e em suas comunidades. Eles mostram o que funciona e quão bem funcionam.

Nesta última década a diferença entre os gêneros na educação tem diminuído em vários países. A igualdade de gênero na alfabetização também tem melhorado, mas tudo isso em passos muito lentos. Muito ainda há a ser feito.

Eu aproveito esta ocasião para convidar os governos, organizações internacionais, a sociedade civil e o setor privado a expandir seu apoio à alfabetização. Estou confiante que existe o ímpeto para tornar a alfabetização da mulher uma prioridade: vimos nos últimos meses uma oportunidade para acelerar os avanços na direção da igualdade de gêneros com a criação da UN Women (Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento da Mulher).

A alfabetização dá às mulheres uma voz – nas suas famílias, na vida política e no cenário mundial. É um primeiro passo em direção à liberdade pessoal e à maior prosperidade. Quando as mulheres são alfabetizadas, a sociedade inteira lucra.

Mais informações:

Dia Internacional da Alfabetização no site do Setor de Educação da UNESCO (em inglês, francês e espanhol)
2003-2012 - Década das Nações Unidas para a Alfabetização
Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas (PDF, 1.4 Mb - em inglês)
Multimedia:

Mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO (vídeo em inglês)
Vídeo de Animação do Dia Internacional da Alfabetização (swf, 119 Kb):
Década das Nações Unidas para a Alfabetização: Vozes pela Alfabetização: André de Figueredo Lazaro (vídeo)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

FÓRUM DE EJA DO ESTADO DE SÃO PAULO

São Paulo, 20 de Agosto de 2010.



Vimos convidá-lo/la a participar da próxima plenária do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos de São Paulo, que terá por tema CIEJA: “ Uma experiência de inclusão” e acontecerá no dia 11 de Setembro , das 9h00 às 13h00, na FUNAP - Fundação Prof. Dr. Manoel  Pedro Pimentel, localizada na Rua Dr Vila Nova, 268 - Vila Buarque.


9h00 – 11h00: Exposição da professora Eda Luis – CIEJA Campo Limpo

11h00 – 13h00: Informes



Devido a limitação de espaço solicitamos a confirmação de presença e pontualidade.

Atenciosamente,


COORDENAÇÃO DO FÓRUM ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Plenária de Delegados para o VIII Encontro Nacional do MOVA

Bom dia Gente que luta e não se cansa!

Estamos convidando você para participar de uma plenária de delegadas,delegados e convidados que participarão do VIII Encontro Nacional do MOVA.

Nesta plenária trataremos dos seguintes temas:

1) Leitura dos documentos que serão levados para o encontro.
2) Discussão sobre a Coordenação Nacional / CNAEJA.
3) IX Encontro Nacional do MOVA
4) Prestação de Contas ( RIFA ).
5) Dúvidas sobre as passagens e hospedagem.

Dia: 14 de agosto de 2010 ( sábado).
Hora: 09:00 as 12:30
Local: Ação Educativa ( Rua General Jardim, 660 - vila Buarque )
Referencia Metrô Santa Cecília.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Documento de São Sebastião - Rede MOVA Brasil 2008

RELATÓRIO SÍNTESE DO VII ENCONTRO NACIONAL DO MOVA-BRASIL
SÃO SEBASTIÃO – SP
27 A 29 DE JUNHO DE 2008


Realização

PROGRAMAS MOVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Apoios
MOVA ABC; Associação de Educação Católica (AEC); Instituto Paulo Freire (IPF); Prefeituras: Embu, Diadema, Guarulhos, Caraguatatuba, Matão, São Paulo; Ministério da Educação e Cultura (MEC); Editora Paulus.

OITO ANOS DE MOVA-BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS1

As quatrocentos e cinco participantes do 7º Encontro Nacional do MOVA-BRASIL, procedentes de dez estados (SP, RJ, RS, PA, CE, RN, BA, SE, PE, AC) e DF, reunidas no período de 27 a 29 de junho de 2008, na Fazenda Três Poderes, em São Sebastião, SP, apresentam as deliberações construídas ao longo dos três dias de encontro aprovadas em plenária.
Hoje a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil e na América Latina está em destaque porque em 2009 será realizada a VI Conferência Internacional de Alfabetização de Adultos (Confintea). O processo preparatório dessa Conferência iniciou-se no mundo todo com uma avaliação da situação da EJA. Na América Latina, os participantes do Congresso Iberoamericano de Alfabetização e Educação Básica para Jovens e Adultos, realizado em Havana, Cuba, apontaram as seguintes preocupações: o não cumprimento das metas mundiais da redução do analfabetismo; a necessidade de conceber a alfabetização como parte da Educação Básica e não como um fim em si mesma; a necessidade de atender as diversidades e necessidades educativas especiais; a necessidade de utilizar uma pluralidade de métodos e programas.
Com o objetivo de cumprir as metas mundiais de redução do analfabetismo atualmente existem algumas iniciativas internacionais sobre alfabetização, tais como: “Si, yo puedo”, sob a coordenação do governo cubano, direcionada aos países da América Latina, África e Nova Zelândia; “Life”, sob a coordenação da UNESCO/Estados Unidos, direcionada a 35 países com alto índice de analfabetismo, incluindo Brasil e Haiti e o “Plano Iberoamericano”, sob a coordenação do governo da Espanha, OEI, e estados ibero-americanos, direcionados a 20 países da América Latina de língua espanhola e portuguesa. Essas iniciativas necessitam de discussão de todas as educadoras para que possam se apropriar dos conceitos e impactos dessas propostas na América Latina.
O processo preparatório da Conferência, no Brasil, possibilitou uma mobilização nacional dos educadores da EJA por meio das plenárias estaduais, regionais e nacional preparatórias realizadas no primeiro semestre de 2008. Os educadores do MOVA-BRASIL estiveram presentes neste processo e continuarão participando até a realização da VI Confintea em maio de 2009, em Belém, Pará.
É nesse contexto que o VII Encontro Nacional do MOVA-BRASIL acontece. Devido à importância do momento e por acreditar que as educadoras populares do movimento têm muito a contribuir, foi decidido fazer uma reflexão sobre o papel do movimento e quais os seus desafios para que as educadoras possam influir nas discussões nacionais e internacionais de EJA.
Para atingir esses objetivos foram discutidos no primeiro momento do encontro os seguintes pontos: a Educação Popular no Brasil e na América Latina; os diferentes espaços nacionais e internacionais de articulação política; a história da construção do MOVA-BRASIL e o programa Brasil Alfabetizado. No segundo momento, foram discutidos os temas emergentes da educação popular e da EJA: a relação entre a sociedade civil e o Estado; a contribuição da Cultura e da Educação Popular na construção do currículo da EJA; evasão e terminalidade dos alunos da EJA; formação profissional da educadora popular: acesso à graduação e economia solidária.
A Educação Popular nasceu das lutas populares e continua atual, pois com o neoliberalismo novas demandas se apresentam. Hoje ela deve ser compreendida como direito humano à emancipação e produto teórico emergente nas políticas públicas de educação.
Os princípios da Educação Popular podem ser compreendidos em duas dimensões: filosóficos e pedagógicos.
Os princípios filosóficos definem a educação como produção de conhecimento e não transmissão, como prática da liberdade e como ato de diálogo; negam o autoritarismo e definem a ciência aberta às necessidades populares.
Os princípios pedagógicos definem que a prática pedagógica precisa estar articulada à teoria para a transformação; reconhecem a legitimidade do saber popular; indicam a pesquisa participante como importante para o estudo do saber do educando; definem o conceito de qualidade social para a educação; propõem a harmonização entre a educação formal e não formal.
A alfabetização hoje exige mudanças na sua compreensão e as educadoras precisam rever a sua prática pedagógica. Elas precisam buscar uma alfabetização condizente com as necessidades de ler e escrever no mundo moderno. A nova forma de significar a alfabetização envolve além da alfabetização como instrumento de mudança, envolve, também, a ênfase no processo de conhecimento. Aprender a ler e escrever é um processo com muitas e variadas etapas, uma aprendizagem que se realiza por toda a vida.
As educadoras do MOVA-BRASIL vivenciam essas temáticas no seu cotidiano, por isso a história do movimento não pode ser compreendida sem discuti-las. Na constituição do MOVA-BRASIL, os seus dois primeiros encontros tiveram como objetivo definir os princípios político-pedagógicos que fundamentam os programas MOVA nacionalmente, para construir junto com o governo federal uma proposta nacional de alfabetização de jovens e adultos. Nos encontros seguintes, devido a não concretização do MOVA-BRASIL como política pública, as educadoras buscaram influir nas políticas públicas e discutir qual o papel do movimento. No seu terceiro encontro foi constituída uma rede como forma de organização, mas até este momento o desafio do movimento ainda é definir a sua identidade.
Nesta perspectiva de rede, as educadoras do MOVA-BRASIL participam dos diferentes espaços políticos de articulação, tais como: os fóruns estaduais e os fóruns regionais de EJA; os ENEJAs; as reuniões técnicas com a SECAD, MEC; as plenárias preparatórias da VI Confintea; participação nos Fóruns Sociais Mundiais, nos Fóruns Mundiais de Educação, entre outros.
O diálogo está presente na prática das educadoras do MOVA-BRASIL. Um dos espaços em que ela se torna imprescindível é na relação entre os grupos sociais e o Estado. Neste Encontro mais uma vez esse diálogo esteve presente com a participação do secretário da SECAD/MEC, André Lázaro. Ele participou do encontro para discutir o Programa Brasil Alfabetizado, que tem como objetivo criar oportunidade de alfabetização a todos os jovens e adultos que não tiveram acesso ou permanência na educação fundamental; as suas diretrizes são as seguintes: fortalecer a alfabetização como política pública pelos Estados e municípios; estimular a continuidade de estudos (para isso é fundamental a articulação entre o Programa Brasil Alfabetizado e a EJA); executar de forma descentralizada (para isso são realizadas parcerias com estados, municípios, organizações não-governamentais e universidades).
A caminhada do movimento é longa, não começou agora, mas para ter coerência com a sua concepção de Educação Popular exige uma constante reflexão de sua prática e é esse o objetivo deste Encontro. O caminho escolhido para fazer essa análise foi recuperar a sua trajetória desde a criação do MOVA-BRASIL até o momento, destacando os seus avanços e desafios.


BALANÇO DAS AÇÕES DOS EDUCADORES NAS REGIÕES

REGIÃO NORDESTE E DISTRITO FEDERAL
AVANÇOS
A região Nordeste apresentou como avanços a identificação das comunidades com a metodologia do MOVA, que serve de parâmetro de qualidade pedagógica para outros projetos de alfabetização. Houve aumento da carga horária das formações junto aos coordenadores e ampliação de parcerias comprometidas com o movimento. A rede pública acolheu os educandos e educadores do MOVA. Para os educandos promoveu-se a continuidade e para os educadores houve oportunidade de serem contemplados em seus projetos.
A discussão e construção coletiva dos Projetos Político-Pedagógicos e a sistematização das experiências possibilitaram maior integração entre os educadores. Outro avanço foi a participação dos educadores da rede na formação continuada do MOVA. A metodologia do MOVA está relacionada à prática de convivência com o semi-árido.
Houve ampliação geográfica da atuação do MOVA-Nordeste, com as turmas em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Região do Semi-árido. A Economia Solidária também apresentou uma expansão na região.
A partir das discussões nos núcleos de alfabetização, aumentou a participação no Movimento de Cidadania, o que possibilitou a garantia de alguns direitos básicos dos educandos e a alfabetização entra na pauta de algumas instituições. Alguns educandos passaram a assumir a direção de suas entidades representativas, como, associações, sindicatos e cooperativas, ampliando a sua atuação política.
Os educadores do MOVA que já saíram do programa conseguiram ocupar vários espaços, como por exemplo, atuar na rede pública, assessorar ONG’s, sindicatos, cooperativas.
Houve a melhoria da infra-estrutura das salas de aula, diminuição da disputa entre o MOVA e a EJA em alguns estados, ampliação do número de coordenadores construindo a formação junto ao IPF e o MOVA avançou como política de alfabetização em território de cidadania no Nordeste, além da valorização profissional do educador, por meio de formação continuada, salário em dia, entre outros.

DESAFIOS

Tanto o Nordeste quanto o Distrito Federal colocaram como desafios a fomentação da metodologia do MOVA junto a outros programas de alfabetização, por meio dos Fóruns Estaduais de EJA; buscar estratégias políticas de intervenção direta e indireta na CONFINTEA e no ENEJA; a participação de forma propositiva no Fórum Paulo Freire; o diálogo permanente e propositivo, criando demandas junto à rede para garantir com qualidade a continuidade dos educandos na EJA; discutir o lugar da EJA na rede municipal; melhorar o diálogo junto às Universidades; controle social a partir da participação nos conselhos gestores locais de EJA; atender as demandas de alunos com necessidades educativas especiais; atender com qualidade o público jovem; sistematização e registro de experiências para publicação; buscar incentivo para os jovens na perspectiva de emprego e renda; estreitar as relações com outros programas de educação popular; organizar o Encontro Regional preparatório para o 8º Encontro Nacional de MOVA-BRASIL e por último, propor o Rio Grande do Norte para sediar o 8º Encontro Nacional do MOVA-Brasil.

REGIÃO NORTE

AVANÇOS

O Pará aponta como avanço a retomada do MOVA em Belém; a implantação do MOVA Pará Alfabetizado; a ampliação do MOVA Cabano – Acará e a integração do Fórum do MOVA e EJA. Quanto à formação continuada, o estado cita a garantia da formação continuada dos educadores do MOVA Acará; a elevação da escolaridade da equipe técnica e coordenadores de turma, pois toda a equipe técnica está graduada e os coordenadores de turmas estão na graduação; a formação continuada de 16 (dezesseis) horas mensais para os coordenadores de turma e alfabetizadores; formação específica para a inclusão dos indígenas, afro-descendentes e educação especial. O estado ainda pontua que há pelo MOVA Acará garantia de transporte e merenda, material didático para todos os alfabetizadores; integração do Fórum MOVA Cabano Acará ao Fórum Estadual de EJA, a mobilização do município na discussão da CONFINTEA.
O Amazonas destaca a ampliação da Alfabetização neste Estado, com participação do poder público e a Universidade.
O Amapá cita avanços da alfabetização numa perspectiva freiriana e a implantação do Fórum de Alfabetização.
O Acre cita como avanços a fortificação do MOVA no Estado; o convênio do BID com o governo estadual, objetivando a superação do analfabetismo no Estado; a implantação de brinquedoteca para os filhos das alunas; a priorização do MOVA como política de governo, pois em 2009, o Estado vai assumir as bolsas dos educadores, não anulando a parceria com o PBA; a garantia da continuidade dos educandos na EJA; o calendário do MOVA articulado com o da EJA; a garantia de transporte para os monitores de campo; a contratação dos monitores do MOVA pelo Estado; a descentralização da coordenação do MOVA e a informatização dos Núcleos Municipais do MOVA. Quanto à formação, o estado destaca que garantiu a inclusão no nível superior de 70% dos educadores do MOVA, por meio da parceria do governo do Estado com a UNB e a garantia de 16 (dezesseis) horas mensais de formação continuada.

DESAFIOS

O Acre pontua como desafios a implementação do Fórum MOVA; maior integração dos Movimentos Sociais com os representantes governamentais e a redução do analfabetismo de 17.6% para 8% até 2010.
O Pará destaca a redução do analfabetismo de 12% para 5% até 2010; realização do Encontro Regional de MOVA em janeiro, paralelo ao Fórum Social Mundial; a elevação da escolaridade de todos os educadores do MOVA; a inclusão, na EJA, de 90% dos educandos alfabetizados pelo MOVA e a superação do analfabetismo entre os sujeitos que estão privados de liberdade.


REGIÃO SUDESTE

AVANÇOS
Diadema, Guarulhos e Osasco agradecem aos seus governos municipais pelo apoio dado ao Movimento, pela formação inicial e continuada das educadoras; pela entrega de material didático e pedagógico; pela colaboração para a realização dos Encontros Regionais e Nacional, pela parceria com escola profissionalizante para benefício das educandas; pela parceria com universidade para graduação das educadoras populares; pelo programa de saúde oftalmológica com distribuição de óculos para as educandas, entre outras conquistas.
São Paulo e Guarulhos destacam a presença positiva em todos os Encontros para fortalecimento do Movimento e para formação de todas as participantes.
Santo André aponta como avanços: a educanda do MOVA é considerada um integrante da rede municipal de ensino, tem direito ao lanche, ao kit escolar, ao transporte. As educadoras têm graduação; é oferecido curso de informática para as educadoras, as educandas; é realizada a Ação Escrita para todas as educadoras juntamente com toda a rede municipal; aumento da ajuda de custo para aos educadoras; ampliação das diferentes equipes de trabalho; formação continuada que considera as necessidades das educadoras.

DESAFIOS

São Paulo denuncia o enfraquecimento da região norte da capital, sobretudo pela política deliberada de fechamento de salas na gestão atual. E, juntamente com Guarulhos, aponta como desafio o fortalecimento do movimento para que ele não fique à mercê das mudanças de governo.
São Bernardo aponta a necessidade de duas lutas: pela continuidade dos estudos, para isso é necessário garantir o acesso das educadoras à universidade e vagas nas escolas para as educandas.


CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS REGIÕES DO BRASIL

CENTRO-OESTE

AVANÇOS

No DF o movimento é chamado de GTPA (Grupo de Trabalho Pró-Alfabetização). O representante do DF informou que não foi realizado nenhum Encontro Regional dos programas MOVA na região. No entanto, o movimento popular de educação de adultos tem se integrado com os educadores da EJA institucionalizada na luta pela EJA. Do último Encontro Nacional (2006) para cá, as ações foram: a criação e utilização do Portal Fórum EJA Brasil, cujo endereço é www.forumeja.org.br; participação nos seguintes eventos: VIII ENEJA (2006) e IX ENEJA (2007); audiência pública realizada em março de 2007, em Brasília, para discutir junto com o Conselho Nacional de Educação, a juvenilização da EJA, profissionalização dos educandos e educação à distância; etapas preparatórias da VI CONFINTEA (Encontro Distrital, Encontro Regional e Encontro Nacional); Conferências Distrital e Nacional de Educação Básica, em Brasília, em abril de 2008.

DESAFIOS

O Distrito Federal ressaltou a importância da participação nos espaços de discussão como: Fóruns Estaduais de EJA; ENEJA; Reuniões preparatórias para CONFINTEA; Fórum Social Brasileiro, Nordestino, Mundial; Fórum Mundial de Educação. Também destacou a importância do acesso pelas educadores do MOVA ao portal dos Fóruns de EJA para conhecimento e socialização de experiências.

REGIÃO SUL

AVANÇOS

A representante da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre informou que o MOVA tem sido mantido na atual administração e que os educadores participam dos mesmos processos formativos oferecidos para os educadores da rede. Destacou o fato de a região sul não ter conseguido realizar nenhum Encontro Regional e afirmou que sua cidade é privilegiada por ter mantido as ações de EJA. Informou que a SME da capital do RS tem convênio com a PUC para oferecer graduação aos educadores.



DIÁLOGO ENTRE A SOCIEDADE CIVIL E GESTORES/FINANCIAMENTO

AVANÇOS

Aumento do valor da bolsa auxílio como valorização do trabalho de alfabetização.
Conceito de “salas ativas” na nova proposta do Programa Brasil Alfabetizado (PBA)

DESAFIOS / DIFICULDADES

Superar os atrasos dos recursos financeiros do PBA.
Superar a difícil comunicação com o MEC.
A exigência de documentos inviabiliza o cadastro de algumas alunas no prazo estipulado pelo MEC.
O conflito entre as diferentes ações de EJA na rede municipal com implementação de programas concomitantes e concorrentes. Exemplo: PROJOVEM funcionando em escolas que também oferecem EJA regular, são duas ações para o mesmo público com tratamentos diferentes.
Iniciar discussão sobre os programas de alfabetização, dentro dos princípios da Educação Popular, com as secretarias nas quais a relação de diálogo ainda não existe, no sentido de contribuir para a construção de políticas públicas que defendam uma proposta de educação cidadã, inclusiva e libertadora.
A realidade da professora da rede é diferente da educadora, por isso, a dificuldade de atender a resolução na composição de 75% de professoras da rede para as salas do MOVA.
O movimento tem a responsabilidade de construir sua própria rede, sem estar atrelado ao tempo de execução do programa proposto pelo MEC. Independente dos recursos, o MOVA deve ter vida própria, autonomia para gerir suas dificuldades financeiras e operacionais, preservando sua autonomia e identidade.
A participação de representantes do MOVA deve ser garantida no ENEJA, por meio de financiamento dos custos de participação de seus delegados.
Os gestores precisam ter o compromisso de gestar os recursos públicos com responsabilidade, competência e transparência.
Levantar propostas de COMO FAZER um Brasil Alfabetizado considerando a diversidade dos programas municipais, elaboradas a partir das necessidades locais, e articular, da melhor forma possível, as ações que consolidam as parcerias com PBA. Nosso papel é levantar proposta de COMO fazer.

A CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA E DA EDUCAÇÃO POPULAR NA CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


DESAFIOS

Garantir condições de atuação da educadora no atendimento das especificidades das educandas de EJA, como nos casos: da Educação do Campo, das educandas com necessidades educativas especiais, dos quilombolas, dos indígenas e dos educandos dos sistemas prisionais, entre outros.
A relação entre Mova e EJA precisa se pautar no compromisso que esses movimentos e seus sujeitos têm com a educação libertadora, tão difundida na proposta freiriana.
Tornar realidade o Plano Nacional do Livro de Alfabetização (PNLA).
Discutir a abrangência do atendimento, ou seja, discutir se todo programa MOVA deve equivaler ao atendimento até a 4ª série.


EVASÃO E TERMINALIDADE

AVANÇOS

Início da discussão sobre a “evasão às avessas”, cujos motivos parecem ser: por parte das educandas, percepção das salas de aula do MOVA como uma zona de conforto e da rede formal como um ambiente inadequado; por parte das educadoras, não encaminhamento das educandas para a escola formal por conveniência pessoal.


DESAFIOS

Buscar formas de superação das dificuldades apontadas como motivo de evasão: problemas oftalmológicos, falta de merenda, inflexibilidade dos horários de aula, distância entre as salas de aula, falta de transporte escolar, ciúmes dos esposos, conflito de interesses entre as educandas, desejo de aprender de forma imediatista, uso de metodologias de ensino ultrapassadas e falta de investimento no acompanhamento das turmas.
Refletir sobre as implicações da resistência das educandas que permanecem no MOVA por muitos anos: a permanência é positiva ou negativa? Se positiva, precisamos discutir, assumir e qualificar o caráter do MOVA que têm ido muito além da alfabetização. Se negativa, precisamos buscar formas de superação dessa resistência.


FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR POPULAR: ACESSO À GRADUAÇÃO

AVANÇOS

Em alguns municípios a formação continuada tem sido significativa e voltada à realidade das necessidades das educadoras.
Promessa da SECAD de uma parceria com as universidades públicas para a formação das educadoras.
Parceria da Prefeitura de Santo André/SP com uma universidade: somente 10% das educadoras não têm formação acadêmica. No entanto, esta graduação não teve um currículo específico para a EJA, apesar do empenho da coordenação do movimento.
Guarulhos e Diadema oferecem cursos profissionalizantes para as educandas de EJA/MOVA.


DESAFIOS

Discutir empreendedorismo, educação financeira e política. A educadora de EJA precisa saber da importância destes assuntos.
Compreender a dimensão política da formação pedagógica.
Garantir a continuidade de estudos não só da educanda, mas também da educadora.

ECONOMIA SOLIDÁRIA

AVANÇOS

Nas cidades que já iniciaram ações articuladas de Educação Popular e Economia Solidária, a educanda adulta trabalhadora tem se formado como sujeito dessa integração.

DESAFIOS

A rede pública de ensino, em todos os níveis, deve propiciar discussão sobre a Economia Solidária.
Proporcionar situações de aprendizagem para as educandas que tiverem interesse em se tornarem empreendedoras.
Realizar discussão sobre consumo no sistema capitalista e discutir possibilidades de mudança.
Dialogar com o mercado de trabalho formal e informal.


PROPOSTAS

1.Realizar amplo debate com todas as educadoras envolvidas nos programas de alfabetização que participam do MOVA-BRASIL para definir a identidade do movimento, discutir o seu papel de articular, de mobilizar, de monitorar e de propor políticas públicas para EJA. Para isso é necessário aprofundar as questões, tais como, o papel da militância e o conceito de alfabetização.

2.Viabilizar a formação das gestoras e técnicas de apoio, tanto no aspecto político-pedagógico quanto nas discussões do papel do movimento popular, com o objetivo de sanar algumas dificuldades em agilizar o processo de liberação dos recursos do Programa Brasil Alfabetizado (PBA).

3.Devem ser consideradas pelo governo federal as realidades dos municípios e as políticas públicas já existentes, como o programa MOVA, para não ocorrer sobreposição de programas.

4.A elaboração das Resoluções pelo MEC deve ser construída junto com as gestoras e/ou representantes dos municípios que poderão apontar suas dificuldades, esclarecer as dúvidas e dar sugestões.

5.Estreitar as relações da EJA com o MOVA no sentido de garantir às educandas a continuidade da escolarização, numa proposta curricular freiriana.

6. A EJA deve ser mais flexível e permitir o ingresso da aluna a qualquer momento do ano e não somente no início do ano letivo.

7.O MEC deve disponibilizar a planilha de sistematização dos resultados do Teste Cognitivo do PBA para que os municípios possam considerar os resultados obtidos na formulação de suas propostas pedagógicas.

8.Viabilizar investimento público para formação da educadora popular e para pesquisa no campo da educação de adultos.

9.O currículo deve ser pautado na valorização da diversidade e considerar as diferentes realidades dos sujeitos da EJA.

10. O currículo deve contribuir para a apropriação da leitura e da escrita, aproximando-se da formação profissional da educanda.

11.Valorizar a prática pedagógica das alfabetizadoras e oferecer material de apoio. Esse material deve ser criado a partir de experiências sistematizadas e transformadas em material pedagógico norteador das práticas.

12.Articular o currículo da EJA, em todos os segmentos, com o mundo do trabalho, inclusive com um olhar sobre a economia solidária. Com o cuidado de trabalhar o conteúdo que a educanda quer e não o que a educadora pensa que ela quer.

13.O currículo deve ter a preocupação com a formação do sujeito, voltada para o desenvolvimento humano sustentável, como parte do meio ambiente.

14.O currículo deve valorizar a família da educanda e a sua comunidade.


15.As educadoras devem promover a troca de cartas entre educandas de diferentes regiões do país para que elas conheçam as dificuldades e os avanços vividos por outras educandas do MOVA-BRASIL..

16.Buscar maneiras de estimular a motivação interna da educanda.

17.As formações continuadas devem ser menos repetitivas e voltadas para as especificidades da EJA, considerando as expectativas das educadoras e com postura democrática.


18.Articular junto as Universidade uma formação acadêmica de qualidade, com currículo voltado para Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos.


19.A formação das educadoras deve: a) valorizar a participação em espaços formativos promovidos pelo Movimento e pelas SMEs; b) considerar os cursos que algumas educadoras estão fazendo; c) respeitar os interesses, as necessidades e as experiências das educadoras; d) possibilitar a troca de experiências, como um caminho reflexivo sobre a prática; e) prever recursos para a formação no nível superior da educadora popular.


20.Promover um trabalho de conscientização sobre o papel social da alfabetizadora e ressaltar a importância de seu trabalho no movimento, inclusive como sujeito da construção de políticas públicas de EJA.


21.Garantir a formação inicial e continuada das educadoras e coordenadoras de turma, na perspectiva libertadora, crítica e reflexiva, considerando interesses e necessidades das educadoras populares.


22.Garantir a formação para o desenvolvimento do trabalho com deficientes e pessoas idosas.


23.Possibilitar a formação continuada integrando as diferentes experiências das educadoras das várias cidades que realizam programa de alfabetização na perspectiva freiriana.


24.A Universidade pública e gratuita deve valorizar os saberes, com prioridade para as educadoras que já atuam. Deve proporcionar um currículo diferenciado que contemple os conteúdos: História do movimento popular; Psicologia da aprendizagem; Diversidade; Trabalho com os deficientes; Economia solidária/empreendedorismo; Evasão na EJA; Inclusão digital; Desenvolvimento da pessoa idosa; Teoria do conhecimento; Mundo do trabalho.


25.Formar educadoras populares para entender a lógica da Economia Solidária.


ENCAMINHAMENTOS

1.A coordenação nacional deverá organizar um documento base que dará suporte para as discussões que deverão acontecer em outros espaços além do nacional.
2.As coordenações municipal, estadual, regional e nacional deverão organizar encontros com plenárias deliberativas nas quais as temáticas devem contemplar: o aprofundamento dos conceitos de militância e de alfabetização; discutir os termos articulação, mobilização e monitoramento de políticas públicas.
3.O registro das discussões realizadas nas diferentes esferas deve ser disponibilizado no site www.forumeja.org.br.
4.Organizar por região uma comissão sistematizadora de todas as discussões que serão finalizadas por uma comissão nacional, que levará a sistematização final para o próximo encontro nacional.
5.Solicitar apoio ao MEC para a produção e publicação regionalizada de material para a EJA, contemplando a diversidade e a especificidade locais.
6.Discutir com o MEC mecanismos que considere as especificidades e necessidades da EJA quanto à matrícula.
7.As próximas representantes da coordenação nacional e da CNAEJA devem ser indicadas e aprovadas em plenária.